domingo, 31 de maio de 2009

O que temo?

Temo um dia apenas;

Temo o dia que enxugando o rosto eu não saiba mais dizer se são lágrimas ou suor;

(JB.Guimarães)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Por vício apenas a razão. Nada mais me prende e anseia a tal grau.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Não vejo graça na forma como as coisas são.

Não quero um beijo apenas pelo beijo...

Quero ir além, quando lhe beijo não é apenas um beijo,

Quando lhe beijo é a entrada desse mundo chamado eu

Não quero superficialidades.

A cada encontro, cada momento é uma mudança que em mim se faz.

Cada momento contigo é um momento contigo, não banalidades.

E em mim, e espero que em ti sempre estarás.

Porque só assim fará algum sentido, só assim valerá.

(JB.Guimarães)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Colóquio

Deveria jogar a caneta ao longe;

Mas não, já faz parte de mim;

E se meus segredos contasse;

Tudo se perderia, ou resolveria;



Então prossigo, verso após verso;

Escondendo sonhos em palavras;

Já que apenas sonhos são;

E palavras, ditas em vão;



(JB.Guimarães)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

FRIO

Quero um frio;
Frio, não esse parco que faz;
Quero um frio de morte;
De fazer sangue parar;

Quero um frio que abata os fracos;
Frio, de fazer homem chorar;
Quero um frio doente;
Que remeta a tristeza, fria;

Quero um frio gélido, cortante;
Frio, que me faça lembrar;
Lembrar... tudo que quero esquecer;
Frio nas entranhas, frio;

Quero um frio, apenas frio;
Frio que me faça sentir;
Sentir, que calor ainda há;
Frio, eis que o sangue está;

Quero um frio, intenso;
Frio que enfim me levará;
Frio, que um dia estarei;
Frio, eternamente frio.

(JB.Guimarães)

sábado, 16 de maio de 2009

Por muitas vezes, melhor que roubar um beijo é roubar o olhar tímido de uma mulher...

(JB.Guimarães)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Contemplar

É certo que te observo, observo...
Tens um jeito engraçado;
Mas de risos baixos, digo;
De sorrisos, nos faz sorrir;

Gosto de olhar suas mãos;
Por mais que não saibas;
Nem quero que saibas;
A beleza delas está na espontaneidade;

Sim! É isso! Espontaneidade;
Ai mora seu encanto,
Na bela face que nada oculta;
Nas frases ditas sem pensar;

Teu olhar que nada esconde;
Este olhar que sem voz diz;
Revela-te, a cada gesto;
Mas ainda assim, envolta em mistério.

(JB.Guimarães)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Anunciação

Esta noite tive mais uma visão;
Há tempos não as tinha;
Pensei que meu legado já estava completo;
Ingênuo engano...

Novamente cercado estava, entre demônios;
Vi o homem em toda a sua bestialidade;
Jornada por infindáveis eras;
Do ontem já esquecido ao amanhã desconhecido;

Inundação de violência, asco e ódio;
Após a tormenta brutal apenas agonias;
Nada mais além de prantos e carências;
E aquela voz, guia na escuridão;

"Levanta-te! Disse a voz;
Que de nada tua angústia vai melhorar;
Estes a sua volta sofrem por própria sorte;
Eis que estás acima de todos eles;

Não, não é Deus quem vos fala;
Este já não está mais entre os homens;
Homens... Abandonados, a deriva;
Fadados a eles mesmos;

Ergue-te criatura! Teu caminho inicia!
Sofras com tua incumbência!
Olha os que estão a sua volta, em lágrimas;
Iguais a ti são poucos, e não os encontrará;

És senhor de todas as ciências;
Facilmente transpassas a álgebra, as artes;
A geometria, o longe, o passado e o vazio;
As letras são suas meras servas;

Vais além! Entras nas profundezas de cada alma;
Aqui está teu fado, teu dom e tua desgraça;
Sentirás o que os a sua volta sentem;
Teu julgamento é sentença certa, irrefutável;

Claro tudo é, a luz de tua mente;
Salve-os ou destrua-os, da terra filho!
Em tuas mãos vida e morte estão presentes;
Cabe a ti apenas, Minos dos viventes;

Pobre ser. És mais que nós 72 juntos;
Em sabedoria e sofrimento;
Rezarei por você criatura, para que tragas a luz;
Rezarei por nós, que não sigas os de antes..."

Após isso nada além do silêncio;
Acordado hoje me encontro;
Do sono e da alma;
Do que foi ao que virá.

domingo, 10 de maio de 2009

Quando o destino lhe trouxer a minha paz;

Quando seus olhos, antes cegos, só verem os meus;

Quando seu último lembrar for a minha imagem;

Eis que iniciarás a estrada para o paraíso;


Que minhas mãos tomem sua última pulsação;

Que seu último suspiro faça meu fôlego;

Que o último som seja a minha prece;

Eis que estarás livre, não mais se desespere.

sábado, 9 de maio de 2009

Lembranças

Ensurdecemos em nossa respiração;

Pegos, embriagados em perfumes;

No horizonte, apenas olhares;

Implacável tempo de noites curtas;


Desejos que ambos encobrimos;

Vestes de formalidades cínicas;

Porém, sutis gestos nos entregam;

Leves olhares, suspiros, toques...


Suaves carícias fazem-nos perder;

Razão, lógica, para quê?

Choque de corpos que já são um;

Agora parte única da mesma noite;


Falo por esse indivíduo que somos;

Quase vampiro, temente ao sol;

Este, que ao raiar se desfaz;

E na pressa inicia o despertar.

(JB. Guimarães)