domingo, 22 de abril de 2012

Fabular

São quimeras que levam ao poeta;
Embalado por sonhos de distantes encontros;
A ajuizar, refletir, errar e a atentar;
Contra sua própria razão, então bastião;
De toda sua afirmação, conclusão, solução;
A fim de se libertar, a pensar e a imaginar;

Qual seria a graça dos gestos teus;
Qual perfume deixas quando passas;
 Quais mistérios escondem teu sorrir;
Que te leva a ter timidez no olhar;
O que te faz corar, perder o ar;
E te leva a enternecer, a comover;
Qual sabor teria o vinho junto a ti;
De que tanto riríamos, a gargalhar;
Quais assuntos nos fariam calar;
Para que os olhos fossem denunciar;
E fica poeta a pensar, a devanear;

 (João Baptista de Lima Guimarães)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sinceramente, só tenho certeza das coisas que posso duvidar; Sou a favor das revoluções que destituem a ordem, mas só se houver ordem nas revoluções; Acredito no Deus que é pelos ateus e fruto da imaginação dos crédulos; Creio na vilania da nobreza humana; E bem acho que o amor é o capricho mais necessário ao homem; (João Baptista de Lima Guimarães)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Tudo, meu caro, carece de sentido;
Somos apenas banalidades de um mundo vil e pueril;
Apenas bestialidades, frutos de uma vida hostil;
Julgamo-nos humanidade! Por Deus, somos só covil;
(João Baptista de Lima Guimarães)

domingo, 15 de abril de 2012

És tu sim poema!
O que dizeres hão de ser poemas!
Pois teus gestos são poemas!
Teu perfume são poemas!
E tudo que nos imagino não são mais do que poemas!
Porque poesia para mim é vida!
Poesia para mim é paixão!
Ah minha cara! Entendas!
Que poemas somos! E poucos o são!
(João Baptista de Lima Guimarães)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Querem-me acordando cedo, de cabelos cortados, barba feita;
Querem-me de traje aprumado, feliz empregado, piadas feitas;
Querem-me de pensamentos sensatos, na fila alinhado, seguindo receita;
Querem-me da moda afilhado, seguindo apressado a morte tão lenta;

Mas sabes, eles não sabem por que assim me querem;
Simples por o serem, basta para também assim me quererem?
Ora! O que tanto seremos, se o mesmo simplesmente sermos?
Sendo-nos coisa mesma, sinceramente, seríamos alguma coisa?
(João Baptista de Lima Guimarães)
Querem-me acordando cedo, de cabelos cortados, barba feita;
Querem-me de traje aprumado, feliz empregado, piadas feitas;
Querem-me de pensamentos sensatos, na fila alinhado, seguindo receita;
Querem-me da moda afilhado, seguindo apressado a morte tão lenta;
E eu? Que tanto quero? Quero que vocês vão tudo para o inferno!
(João Baptista de Lima Guimarães)