Sandices
Pedrinho, certo dia, chegou e perguntou a sua mãe.
-Mãe!
Diga Pedrinho, disse a senhora.
-Mãe, você me ensina a pensar?
A mãe, sem dar muita bola a Pedro respondeu querendo se livrar do garoto e voltar aos seus afazeres.
Ah Pedro! Vá amolar seu pai que não está fazendo nada e me deixe terminar o almoço!
Pedrinho então chega ao pai que lia o jornal.
-Pai! A mãe falou pra eu vir pedir pra você me ensinar a pensar.
O pai olha para o filho, sem saber muito o que dizer e depois de voltar-se ao jornal diz: - Ah Pedro! Por que você não vai brincar com seus amiguinhos?
Pedro sai porta afora desolado, enquanto chutava pedras encontrou o padre Inácio pelo caminho.
-Padre! Sua benção.
-Deus te abençoe criança, como vai?
-Vou bem padre, mas queria te pedir uma coisa.
-Pois diga pequeno.
-Padre, o Sr. me ensina a pensar?
O padre pegou o crucifixo que sempre carregava no bolso e voltando-se aos céus pediu pela alma do pobre garoto, afinal, Deus sempre fora pelos pequeninos.
Depois de uma longa caminhada Pedrinho encosta em uma árvore e adormece. Quando de súbito e de susto acorda, assustado olha pela janela do quarto do hospital onde está internado, ao lado a enfermeira o chama e prepara sua medicação diária. Pedro hoje tem 86 anos.
Pedro então lembra-se da última conversa que teve com seu avô, pouco antes do mesmo morrer.
-Vovô! O Senhor me ensina a pensar? Ninguém quer me ensinar.
O avô, com um sorriso que lhe era peculiar responde ao garoto:
-Meu filho, todos lhe querem bem...
(João Baptista de Lima Guimarães)
terça-feira, 29 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Tempos de paz
Não, a providência
não lhe quer em paz;
Vai! Levanta! Valente,
ginete guerreiro!
Veste tua armadura,
empunha teu fuzil!
Cobre os olhos com o
ódio;
Encharca a mente com o
sangue;
Enverga teu estandarte;
Que a batalha a frente
clama;
Guerreiro! Homens de
guerra nunca encontram a paz;
O mundo é o mais
perverso tabuleiro de xadrez;
Veja! A frente a nuvem
de fumaça já levanta;
É cheiro de combate, é
cheiro de vitória;
Marche guerreiro,
marche;
Ao lado de César,
Aníbal, Napoleão e Alexandre;
Marche guerreiro,
marche;
Que não é do mundo
ter bondade;
Soldado! Não se
esqueça;
Honra!
Glória!
(João Baptista de Lima
Guimarães)
terça-feira, 22 de maio de 2012
Fico pensando o que
seria a imagem que temos de Deus. Sim, porquê existindo ou não, o
mesmo seria incompreensível a pífia razão humana.
Deus nos aparece como
entidade perfeita, dotada de justiça infalível e bondade infinita,
características humanas que todavia nem de longe conseguimos
praticar.
Por projetarmos em Deus
as nossas próprias possibilidades, o que tanto gostaríamos mas
nunca conseguiremos ser, tenho a impressão que por vezes o
invejamos.
Seria do homem invejar
o criador?
Soa como pecado, não?
O homem querer ser Deus e não o poder.
Ao meu ver esse
sentimento nos aproxima sim é do diabo, o decaído que por um
sentimento humano foi arremessado dos céus. Afinal, o que é mais
humano do que a vaidade?
Da mesma forma que
Lúcifer, também fomos expulsos de um local de deleite, pelo visto o
trauma nos fez mais parecidos do que imaginávamos.
(João Baptista de Lima
Guimarães)
quinta-feira, 17 de maio de 2012
O apaixonado não quer
saber quanto tem na conta;
Falta de dinheiro
resolve-se com sentimento;
Para o homem
apaixonado, o homem é sempre bom;
Sabe que toda a miséria
é digna de compaixão;
Que toda ostentação é
tolice;
Que problemas
simplesmente não existem;
O apaixonado é tolo,
acredita na bondade;
Presente pra ele é o
sol, a lua;
Banquete são frutas;
O apaixonado só vê o
melhor em tudo;
Apaixonado, é o homem
perto de Deus;
(João Baptista de Lima Guimarães)
terça-feira, 15 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Que o mundo é mesmo redondo, não há dúvidas.
Espanta-me sim o homem ter levado tanto tempo para constatar o fato.
Ora! E por acaso chegamos a algum lugar diferente?
Quem pode dizer: Eu fiz diferente! Errei por terras nunca antes idas!
Sim, por mais que andemos, caímos nos mesmos lugares, sofremos as mesmas dores e nos enganamos da mesma forma.
Mesmo em uma só vida, quem dirá: Aqui nunca antes estive!
O mundo gira meu caro, só gira;
E girando nos temos sempre nos mesmos lugares;
Nos mesmos termos, nos mesmos erros;
Ah! Pudera sairmos pela tangente;
Arremessados ciclo afora, erraríamos universo afora;
Erraríamos! E enfim saberíamos se errar é mesmo humano;
(João Baptista de Lima Guimarães)
Espanta-me sim o homem ter levado tanto tempo para constatar o fato.
Ora! E por acaso chegamos a algum lugar diferente?
Quem pode dizer: Eu fiz diferente! Errei por terras nunca antes idas!
Sim, por mais que andemos, caímos nos mesmos lugares, sofremos as mesmas dores e nos enganamos da mesma forma.
Mesmo em uma só vida, quem dirá: Aqui nunca antes estive!
O mundo gira meu caro, só gira;
E girando nos temos sempre nos mesmos lugares;
Nos mesmos termos, nos mesmos erros;
Ah! Pudera sairmos pela tangente;
Arremessados ciclo afora, erraríamos universo afora;
Erraríamos! E enfim saberíamos se errar é mesmo humano;
(João Baptista de Lima Guimarães)
quarta-feira, 9 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
Viver é irresponsável!
Sentir é irresponsável!
Amar é uma tolice!
Ser amado é uma sandice!
Como pôde o criador;
Trazer ao homem a dor;
E disfarçá-la em brios de amor?
Ser amado é qual um crime;
Amar é uma crendice;
Sentir é intolerável;
E o que foi dito, contestável...
(João Baptista de Lima Guimarães)
terça-feira, 1 de maio de 2012
Quando vieres, por
favor, venhas nua;
É! Nua! Tire os
casacos pesados de tanto passado acumulado;
Livra-te desta
maquiagem, só de vaidades, e mostra tuas rugas;
Mesmo estes acessórios,
que em vão tentam me distrair de você;
Não, não precisas de
salto, venhas sentindo o chão com os pés;
Solte teus lindos
cabelos, para que só o vento os penteie;
Sem camisolas,
lingeries, teu tímido olhar já é pudor;
Nada, nada de vestes,
nada de marcas, nada de nada;
Venhas vestida de si
mesma, apenas;
(João Baptista de Lima
Guimarães)
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