XXVI
Escondemos nossos medos atrás de vontades, e assim encontramos uma forma confortável de viver;
Chamamos de saúde e bem estar a nossa vaidade;
Chamamos de vaidade nosso medo da solidão e da rejeição;
Escondemos atrás do nosso entretenimento, da nossa diversão, o medo que temos de encarar nossa realidade;
Escondemos atrás dos outros o medo que temos de olharmos e sermos nós mesmos;
Agimos por medo, somos medo. Medo da morte, da doença, da velhice, da solidão, do ridículo;
Temos medo de não atendermos as expectativas dos outros tanto quanto de não atendermos as nossas próprias. Chegamos ao ridículo de temermos Deus mais do que o próprio diabo;
Acredito que a verdadeira liberdade se dá quando começamos a perder todo nosso medo;
Assim deixamos de ser escravos de nós mesmos a começamos a agir pelo que de fato queremos, e não pelo que tememos.
JBLG
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Meu presente é um misto de lembranças
de coisas que nunca foram, que nunca se deram, tudo o que poderia ter sido, ou
vivido. Mesmo as impressões de hoje sobre ontem serão diferentes das de amanhã,
se é que há amanhã.
Meu presente é um imaginar de um futuro
que nunca se dará, simplesmente por ser exatamente isso, futuro. E no futuro
nunca chegamos, que quando lá estamos ele já é presente, quando observamos, já
é passado, e nós mesmos já somos outros, querendo outro futuro.
Nunca estou, nada sou, não tenham essa pretensão
de acharem que me conhecem. Eu sou qualquer coisa que me imagino, que é
diferente de qualquer coisa que vocês imaginam.
Vocês também, não me aborreçam, não se
afirmem, vocês são apenas impressões, sombras de uma percepção limitada, míope,
que é minha razão.
Na verdade, o que são todas as coisas? Digam-me
algo que não seja uma impressão cômoda, um sentido confortável que resolvemos
dar para um objeto, ou mais além, um sentido que nos foi passado e aceito.
Na verdade, o que somos nós? O que nos
caracteriza senão um constante e ingênuo comparativo com nosso entorno, com
nossos pares.
Que mundo existe sem o homem? Que homem
existe sem o mundo? O que é um indivíduo?
JBLG
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
XIX
Quantos mistérios o oceano, o mar, escondem;
Quantas sereias, paixões, perigos o permeiam;
Que olhos são faróis nas águas sem conta;
Que lábios são terras que ao longe despontam;
Mar infinito, vasto mar;
Quem navega nos próprios sonhos, que pode encontrar?
Mar infinito, vasto mar;
Quem sabe além das ondas, um amor para chamar de lar;.
XX
Sou um escravo de mim mesmo;
Meus grilhões são minhas paixões;
O medo é meu feitor;
Sou escravo do que quero, e tendo tudo, ainda sou escravo do querer;
Aquele que nada anseia;
Aquele que nada teme;
É aquele que nada sofre;
A realidade é feita de areia;
A vida? Um mero imaginar;
O absoluto? A morte;
Construo um castelo de areia em um piso de sonhos pra me proteger do que é certo;
Sou ingênuo, como toda a gente;
Pudera eu me libertar;
(JBLG)
terça-feira, 23 de julho de 2013
IX
A vida ri dos nossos planos, tão perfeitos, tão bem traçados, da mesma forma como rimos dos sonhos das crianças. É o mesmo enternecimento que temos vendo um pequeno com sua gravura em mãos, e da mesma forma que o elogio da mãe enternece o artista, também nós nos sentimos grandes com nossa ingenuidade.JBLG
quarta-feira, 10 de julho de 2013
sexta-feira, 14 de junho de 2013
A vida é um ofício que se resume
a lavrar e juntar as esperanças de hoje e depositá-las no amanhã, no que há de
vir.
A problemática reside quando
chegamos de mãos vazias no amanhã, e a pessoa que nos aguarda para receber, somos
nós mesmos. Chegamos constrangidos, impotentes e cabisbaixos sem nada ter a
oferecer, e fitamos, não sem um aperto, a expressão de decepção e tristeza que
damos a nós mesmos.
(JB.Guimarães)
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Caroline
Versos para falar do amor que sinto por ti;
Poderia me valer de todas as frases, todas as metáforas, mas o que seriam?
Como descrever seu olhar, sua pele, seu toque, seu beijo;
Seus passos relaxados, o movimento de seus cabelos enquanto anda;
E ainda assim, mesmo com um dom vindo da providência;
Como colocar em meras linhas o que você me causa?
Explicar que o sorriso que me dá é diferente dos demais;
Ou falar do prazer que tenho ao seu lado;
Explicar que não consigo ficar sério, nem carrancudo ao te ver;
Ou a mágica dos momentos contigo;
Não tenho como dizer;
Tento e torço para caber isso e mais dentro de um “eu te amo!”;
Pois é isso meu amor, amo você, um amor sem tamanho.
Versos para falar do amor que sinto por ti;
Poderia me valer de todas as frases, todas as metáforas, mas o que seriam?
Como descrever seu olhar, sua pele, seu toque, seu beijo;
Seus passos relaxados, o movimento de seus cabelos enquanto anda;
E ainda assim, mesmo com um dom vindo da providência;
Como colocar em meras linhas o que você me causa?
Explicar que o sorriso que me dá é diferente dos demais;
Ou falar do prazer que tenho ao seu lado;
Explicar que não consigo ficar sério, nem carrancudo ao te ver;
Ou a mágica dos momentos contigo;
Não tenho como dizer;
Tento e torço para caber isso e mais dentro de um “eu te amo!”;
Pois é isso meu amor, amo você, um amor sem tamanho.
terça-feira, 11 de junho de 2013
Sou alheio a tudo o que me permeia, sou um estrangeiro do
meu tempo;
Observo os hábitos, gostos, modas, linguajar, tudo, e tudo
me é estranho;
Eu não sou para o que é de ser, e o que é não é para mim;
Nenhum movimento me atrai, nenhuma grande comoção;
A distração e o entretenimento em voga me aborrecem, me
constrangem;
E só alcanço um pouco de alegria realizando algum ofício,
talhando pedras, escrevendo...
Assim fico, sentado ao meio fio da vida olhando a agitação
de uma rua sem destino;
Aguardando, quem sabe, alguma condução que me leve a minha terra,
aos meus pares;
Se é que existe tal lugar.
(JB.Guimarães)
quarta-feira, 5 de junho de 2013
É prática comum, principalmente
no ocidente, depositarmos as nossas esperanças em uma xícara de café.
Tomamos um café pela manhã, na
esperança de um bom dia.
Tomamos um após o almoço, como
quem traga um gole de ânimo para quebrar o tédio e despertar para o resto de
dia.
Tomamos outro, com um amigo,
buscando um momento de alegria, ou de mera distração da nossa distração.
Sem contar os que tomamos
enquanto trabalhamos, ou estudamos, jogando a culpa de nosso desânimo na falta
do café.
O café é solução para tudo, já
sua falta é a culpa de tudo.
(JB.Guimarães)
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Fui descrito, sou fruto de um
lapso de criatividade medíocre de um poeta entediado, mas como personagem fui
mais longe que qualquer outro, não tenho par! Aproveitando-me do sono do autor
tomei-lhe em surdina a caneta e coloquei-me a escrever.
Dorme velho caduco, que agora
estou livre, agora sou livre! Pena e papel em mãos traçarei meu próprio
destino, escreverei aventuras mil, serei herói, famoso, rico, desejado e
estarei revestido de toda glória e esplendor.
A caneta, a caneta é o poder, é o
destino, o papel o cenário, mas agora, com tudo isso em mãos, não sei o que
dizer, nem o que fazer. Escrevo poucas linhas, mas tão esparsas, tão
incompletas, tão reles, que chego a me envergonhar... Tenho vergonha de não
saber o que fazer com a liberdade.
Escreve! Escreve logo que o papel
e a vida logo passam! Escreva nem que seja um título, uma obra precisa de
começo, mas qual começo? Talvez pelo fim? Sabendo um final quem sabe penso de
que forma tudo começou.
Deus, nada me vem à mente. Nada! Absolutamente
nada! Sou um vazio! Nada escrevo, nada digo, sou um relato sem palavras, uma
história sem fatos, sem datas. Sou só um medo do vazio, um desespero da liberdade.
No papel, sujo já, só vejo
rabiscos, rasuras e lágrimas. Ao fim de obra imperfeita e inacabada, só me
resta assinar, e por o ponto final.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Não posso nada dizer, passar
indiferente, o silêncio aqui não cabe. Todavia, muito dizer soa pedante.
Um texto nunca é o que se propõe,
é sempre menos, é sempre falho, as palavras não me bastam, nunca foram
suficientes.
Todo poeta é um incompetente. Como
poderia colocar em tinta e papel todo seu sentimento? Toda sua dor, alegria,
confusão, paixão? Mal sei o que se passa em mim, mal sei sentir o que sinto, e
ainda me atrevo a escrever.
Fosse eu sabedor de línguas,
conhecedor de todo dialeto que busca dizer algo desse mundo, seja os de hoje ou
de outrora, mas mesmo os mortos, mesmo os clássicos, também foram
incompetentes.
Escrevo sem pretensão maior que
tentar compreender o que não consigo dizer porque não sei sentir. E também sei
que nessa ingênua tentativa de falar, nada digo, mesmo querendo muito
dizer.
São só palavras onde não digo o que meu
silencio teimar em dizer.
domingo, 5 de maio de 2013
Eis aqui, dos decaídos os mais esquecidos.
A porta do décimo círculo temos Dante, pena em punho, a escrever e narrar sobre os dias em que no paraíso estivera, apenas para ser taxado de louco pelos seus pares.
Não, não fostes para o céu, vistes Beatriz, santos tantos e o próprio Criador, mas lá não tem espaço para poetas.
Lamentas! Escreves! Este é teu lugar! Tua sina! A eternidade é uma interminável folha em branco que só server para deixastes registrada toda a sua dor, todo seu sofrimento. E quando te sentires exausto, narrarás indefinidamente seu martírio para uma platéia que simplesmente não se interessa.
terça-feira, 26 de março de 2013
quinta-feira, 21 de março de 2013
Que passa?
O que minhas palavras lhe dizem?
Que sensações minhas emoções lhe
geram?
Qual sua reação ao toque
sussurrado ao pé do ouvido?
Ou mesmo ao beijo, que na
imaginação nos perdemos?
A ideia do toque no seu rosto, no
seu pescoço, nos seus ombros;
Minha respiração forte, beijando
seu colo, sentindo seus seios;
O que isso lhe provoca?
E nas suas provocações? Já nos
temos por inteiro?
Tens como tenho, nós como unos?
Imagino-nos dentro de uma
esquizofrênica dualidade una, onde me tenho beijando seu pudor enquanto
agarra-me como querendo do arcanjo as asas arrancar;
Puxa-me para dentro de si, como
se a própria alma quisesse de paixão rebentar;
E entre erros e pecados;
Vileza, prazeres saciados;
Encontramo-nos, exaustos;
Beijando-nos, sobre o deleite em
nossos corpos espalhado;
terça-feira, 19 de março de 2013
sexta-feira, 15 de março de 2013
Acordo sem despertar;
Acordar é distrair-se do sonho;
Entorpeço-me na realidade sentida;
Banho-me, visto-me, como, por parecer isso bom;
Tomo café, não por vontade, mas porque é cedo;
Sou levado por um par de pernas;
Que seguem o corpo;
Que segue a ideia;
Que segue as pernas;
Protelo a vida;
Faço outra coisa me preparando para ela;
Quem dera saber o dia da minha morte;
Quiçá me preparasse menos e vivesse mais;
terça-feira, 12 de março de 2013
A vida carece de sentido;
Nossas ações, atitudes, vontades, só servem para nos
distrair de nós mesmos;
Tudo que construímos é uma frágil e tola tentativa de nos
justificarmos;
O tudo está dentro do nada, portanto, também é nada;
Somos imagem e semelhança de um Criador entediado, que nos
criou para distrair-se de si próprio.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
De que vale um’alma?
A existência só justifica-se por outra existência;
A vida só faz sentido em prol de outra vida;
O indivíduo é um vazio, é pó, é nada;
Mesmo Deus, na sua plenitude, fez a vida;
Que pode então o homem comum?
Dentro dessa brevidade que teimamos;
Da impotência e ignorância que nos cabe;
Só podemos ser e fazer um pelo outro;
Nisso a Providência foi mesmo sábia;
Da obra, criatura, imagem e semelhança;
De nada vale ao homem se não for amar;
Um’alma só vale por outr’ alma;
Isso tudo, foi você quem me mostrou;
Uma vida em prol de outra vida, pois:
Vida só é vida, quando ela deixa de ser minha;
Vida é mesmo vida, quando passa a ser nossa;
(JB.Guimarães)
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
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