sexta-feira, 14 de junho de 2013

A vida é um ofício que se resume a lavrar e juntar as esperanças de hoje e depositá-las no amanhã, no que há de vir.
A problemática reside quando chegamos de mãos vazias no amanhã, e a pessoa que nos aguarda para receber, somos nós mesmos. Chegamos constrangidos, impotentes e cabisbaixos sem nada ter a oferecer, e fitamos, não sem um aperto, a expressão de decepção e tristeza que damos a nós mesmos.

(JB.Guimarães)

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Caroline
Versos para falar do amor que sinto por ti;
Poderia me valer de todas as frases, todas as metáforas, mas o que seriam? 
Como descrever seu olhar, sua pele, seu toque, seu beijo;
Seus passos relaxados, o movimento de seus cabelos enquanto anda;
E ainda assim, mesmo com um dom vindo da providência;
Como colocar em meras linhas o que você me causa?
Explicar que o sorriso que me dá é diferente dos demais;
Ou falar do prazer que tenho ao seu lado;
Explicar que não consigo ficar sério, nem carrancudo ao te ver;
Ou a mágica dos momentos contigo;
Não tenho como dizer;
Tento e torço para caber isso e mais dentro de um “eu te amo!”;
Pois é isso meu amor, amo você, um amor sem tamanho. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Sou alheio a tudo o que me permeia, sou um estrangeiro do meu tempo;
Observo os hábitos, gostos, modas, linguajar, tudo, e tudo me é estranho;
Eu não sou para o que é de ser, e o que é não é para mim;
Nenhum movimento me atrai, nenhuma grande comoção;
A distração e o entretenimento em voga me aborrecem, me constrangem;
E só alcanço um pouco de alegria realizando algum ofício, talhando pedras, escrevendo...
Assim fico, sentado ao meio fio da vida olhando a agitação de uma rua sem destino;
Aguardando, quem sabe, alguma condução que me leve a minha terra, aos meus pares;
Se é que existe tal lugar.

(JB.Guimarães)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

É prática comum, principalmente no ocidente, depositarmos as nossas esperanças em uma xícara de café.

Tomamos um café pela manhã, na esperança de um bom dia.

Tomamos um após o almoço, como quem traga um gole de ânimo para quebrar o tédio e despertar para o resto de dia.

Tomamos outro, com um amigo, buscando um momento de alegria, ou de mera distração da nossa distração.

Sem contar os que tomamos enquanto trabalhamos, ou estudamos, jogando a culpa de nosso desânimo na falta do café.

O café é solução para tudo, já sua falta é a culpa de tudo.

(JB.Guimarães)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Fui descrito, sou fruto de um lapso de criatividade medíocre de um poeta entediado, mas como personagem fui mais longe que qualquer outro, não tenho par! Aproveitando-me do sono do autor tomei-lhe em surdina a caneta e coloquei-me a escrever.

Dorme velho caduco, que agora estou livre, agora sou livre! Pena e papel em mãos traçarei meu próprio destino, escreverei aventuras mil, serei herói, famoso, rico, desejado e estarei revestido de toda glória e esplendor.

A caneta, a caneta é o poder, é o destino, o papel o cenário, mas agora, com tudo isso em mãos, não sei o que dizer, nem o que fazer. Escrevo poucas linhas, mas tão esparsas, tão incompletas, tão reles, que chego a me envergonhar... Tenho vergonha de não saber o que fazer com a liberdade.

Escreve! Escreve logo que o papel e a vida logo passam! Escreva nem que seja um título, uma obra precisa de começo, mas qual começo? Talvez pelo fim? Sabendo um final quem sabe penso de que forma tudo começou.

Deus, nada me vem à mente. Nada! Absolutamente nada! Sou um vazio! Nada escrevo, nada digo, sou um relato sem palavras, uma história sem fatos, sem datas. Sou só um medo do vazio, um desespero da liberdade.

No papel, sujo já, só vejo rabiscos, rasuras e lágrimas. Ao fim de obra imperfeita e inacabada, só me resta assinar, e por o ponto final.