sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

XXXVIII
Busco, como faminto revirando o lixo, um pouco de vida em cada gesto, cada ação;
Neste ofício, neste réquiem, o tempo passa sem nada deixar;
Não que me considere digno de algo, pouco ou nada fiz ao mundo para desejar algo dele;
O que incomoda é o abismo de vazio a frente;
Com um tropeço caio inevitavelmente, fatalmente, e me espanto com a queda sem fim;
Mergulho, desabar eterno sem chegar a canto algum, sem nada encontrar;
Nem céu, nem chão, somente a própria delusão;
Só que faço é esperar,

(jblg)

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