A verdade é que tenho preguiça da
verdade.
A verdade é um castelo de cartas,
inútil e frágil obra humana que no primeiro vento se dissolve. Mais do que uma
posse, a verdade é um ofício de condenado, um fardo. Todavia, a preguiça que
sinto pela verdade só é superada por outra, a preguiça que sinto por quem acha
que tem a verdade. Quem tem a verdade é um enfadonho ambulante que insiste em
negociar o que não quero, e toma como vitória a venda de algo de que não
preciso. (jblg)