quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A simples reflexão sobre o infinito, a eternidade, os acasos que tornaram possível a vida, permite compreender a nossa pequenez, nossas fragilidades e principalmente nossa ignorância frente a todas as coisas. Contemplar o infinito nos dá uma espiritualidade mais verdadeira e profunda do que qualquer teologia poderia com seus dogmas artificiais. (jblg)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Samsara


Desperto, sem ao menos saber em que dia estou;

Olho o calendário que nada me mostra além de números sem sentido;

A hora que o relógio marca é inexoravelmente a mesma de ontem. Assim como meus passos, gestos, a higiene, o gosto do café, as notícias do jornal, o semblante dos colegas, tudo, tudo o que me cerca é um reflexo da véspera e uma projeção do porvir.

Qual garantia tenho de não estar vivendo o mesmo cíclico, eterno e repetitivo dia?

Não sei onde estou, se preso ao cárcere do ontem ou amarrado a morta esperança do amanhã.

Passado e futuro, gêmeos idênticos filhos do tédio e da melancolia.
(jblg) 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

História não contada

Em um tempo já esquecido;
Entre o vazio e a imensidão;
A um desconhecido perguntam:
- Quem és tu?
- De onde vieste?
- Aonde vais?
O forasteiro responde:
A quem chamam, o tempo o nome apagou;
Quem vocês veem é ninguém, aquele que não é;
É a cor do vento;
É a forma d’água;
É o peso do tempo;
Veio de onde nunca foi;
Pela estrada do nada;
Até o nunca será;
Tem a jornada como bagagem;
Sabendo que nunca chegará;
(jblg)