segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Samsara


Desperto, sem ao menos saber em que dia estou;

Olho o calendário que nada me mostra além de números sem sentido;

A hora que o relógio marca é inexoravelmente a mesma de ontem. Assim como meus passos, gestos, a higiene, o gosto do café, as notícias do jornal, o semblante dos colegas, tudo, tudo o que me cerca é um reflexo da véspera e uma projeção do porvir.

Qual garantia tenho de não estar vivendo o mesmo cíclico, eterno e repetitivo dia?

Não sei onde estou, se preso ao cárcere do ontem ou amarrado a morta esperança do amanhã.

Passado e futuro, gêmeos idênticos filhos do tédio e da melancolia.
(jblg) 

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