Samsara
Desperto, sem ao menos saber em que dia estou;
Desperto, sem ao menos saber em que dia estou;
Olho o calendário que nada me mostra além de números sem sentido;
A hora que o relógio marca é inexoravelmente a mesma de
ontem. Assim como meus passos, gestos, a higiene, o gosto do café, as notícias
do jornal, o semblante dos colegas, tudo, tudo o que me cerca é um reflexo da
véspera e uma projeção do porvir.
Qual garantia tenho de não estar vivendo o mesmo
cíclico, eterno e repetitivo dia?
Não sei onde estou, se preso ao cárcere do ontem ou amarrado
a morta esperança do amanhã.
Passado e futuro, gêmeos idênticos filhos do tédio e da
melancolia.
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