terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Num trato com o mundo;
Distraio-me enquanto distraio o mundo;
Ambos ignorantes de nós mesmos;
Alheios de nossa própria condição;
Podemos nos suportar;
Ah realidade!
Quem depois de a conhecer a vai querer?
(jblg)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Viver é a forma mais branda de se morrer;
Já estamos mortos, tudo que passa é mera distração;
Que importa o que passou, o que passará?
Que importa tudo, quando se é mortal?

(jblg)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Verdades, verdades, verdades;
A minha volta só encontro verdades;
Todos os que passam e que conheço são especialistas em tudo, das profundezas d’alma aos confins do universo; (não sem passar pelo capítulo da justiça e da politica, nunca conheci tantos legisladores e juízes em uma esquina...)
Não há mais dúvidas;
Todos se fartaram dos frutos da árvore do conhecimento e jactam-se regurgitando o que consumiram;
A reflexão não é mais necessária;
A discussão é inútil;
O pensamento é morto;
Não há mais sabedoria, apenas razão;

(jblg)

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Minha religião não é feita em templos;
Não entoo cantos;
Minha religião é feita de gratidão;
Da compreensão de que tudo temos para sermos plenos.
Minha religião não é seguir, nem ser seguido;
É a busca solitária da própria libertação;
É ver a face de Deus em uma folha caindo;
É perceber a plenitude na entrega do amor;
É compreender a ingenuidade da vileza;
E sentir o sofrimento de cada irmão;
Minha religião não segue preceitos, dogmas, nem leis;
Minha religião é reconhecer-me humano;
Entender que não sou mais, nem menos que ninguém;
Que não somos iguais, e nisso mora nossa semelhança;
Que não existem verdades, pois todas elas existem;
Que somos fracos e falíveis;
E por isso divinos e perfeitos;
Na minha religião não julgo, pois sou nada;
Não barganho paraísos nem perdões, pois sou tudo;
Nada temo, pois amo;
A minha religião é compaixão;
jblg                   



terça-feira, 31 de março de 2015

A madrugada virou culpa;
O silêncio virou medo;
A solidão virou doença;
Os versos, desperdício;
O poeta? Virou poema;

A vida é um oceano de tempo onde navegamos sem rumo empurrados pelo ontem e puxados pelo amanhã.