Quando eu me
encontrava na metade da jornada, achei-me metido em um jogo tenebroso. Como na
maioria dos jogos, decisões ruins levavam a ruína, as boas, a uma promessa de
redenção.
Comecei devendo,
não tinha dinheiro, me fizeram um empréstimo que depois descobri ser impossível
de se pagar... Voltei a mesa, não sabia jogar, não conhecia as regras, tentei
imitar o movimento dos outros, porém eles também não sabiam. Todos perdiam, se
embriagavam, e se endividavam.
Não havia espaço
para técnica, estratégia, nem sorte, somente a derrota era certa. Tampouco havia
saídas, nem portas, nem janelas, somente um eterno, tedioso e sádico embaralhar
de cartas.
(jblg)
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